domingo, 21 de setembro de 2008

Quebra-Cabeça

Pensamentos são bizarros.

Acabei de assistir três episódios de Journey Man (série bacana, só 13 episódios, vale a pena) e já estava desligando o pc quando bateu uma vontade de postar aqui, mas essa vontade não veio acompanhada de inspiração, então eu fui escovar o dente. Agora vem a parte mais legal. Durante o ato diário que faço como um robô, pensamentos rústicos começaram a surgir e uma metáfora rústica nasceu comparando a vida com um quebra-cabeça.

E se nossa vida fosse um quebra-cabeça onde a imagem final fosse mutável? Completar esse quebra-cabeça seria atingir o estágio máximo da vida, onde o ser humano já fez tudo o que gostaria da fazer e etc. ou seja, impossível.
Mas você gostaria de tentar ver o que seria essa imagem final, iria querer montar o quebra-cabeça inteiro. É da natureza humana tentar resolver problemas que aparecem, instinto.
O mais legal desse quebra-cabeça seria quando você achasse uma peça pra encaixar, e ela caísse como uma luva, mas depois de uns meses ou anos, a imagem mudaria de uma maneira tão drástica que aquela peça que era perfeita há alguns anos/meses atrás, simplesmente não encaixaria mais. Quebra-cabeça errado, amigão.
Seria hilário se essa peça te ajudasse, ou produzisse, outra pecinha, e essa sim, você teria a certeza de que, mesmo se a imagem mudasse, ela nunca deixaria de encaixar no seu quebra-cabeça.

Bem, essa metáfora ainda está bem rústica, irei trabalhar para melhorá-la, promise.

Assisti The Mist hoje, e cara, foda. O final é de fato excelente, como todos que viram estão falando, mas, a cena que mais gostei do filme é um diálogo que ocorre um pouco depois da metade do filme:

"As pessoas são boas, decentes. Meu Deus, somos uma sociedade civilizada", diz a mocinha.

"Claro. Contanto que as máquinas funcionem e o 190 atenda. Tire isso, deixe todo mundo no escuro e assustado e as regras se vão. As pessoas vão recorrer a quem quer que ofereça uma solução. Somos fundalmentamente insanos como espécie. Coloque gente suficiente num quarto e é só uma questão de tempo até cada metade começar a imaginar maneiras de matar a outra", respondem os pessimistas (ou seriam realistas?) mocinhos.

Esse diálogo destrói.

"And I wonder..."

Um comentário:

Clementine disse...

Quanto ao diálogo, eu prefiro uma realidade inventada. Eu tenho fé na humanidade. Se não tivesse, acha que eu lutaria por alguma coisa? Acha que eu acreditaria em algum ideal? Acha que eu participaria de movimentos sociais, seria militante?

Eu sei que situações-limite, como a do quarto escuro, estão aí para colocar à prova o se o ser humano é bom ou não. Assim como a situação das barcas, em Batman- Cavaleiro das Trevas, mostra que as coisas podem ser diferentes. As pessoas não são boas ou ruins, as pessoas fazem escolhas, e essas escolhas as fazem pessoas.